Investigação aponta que Gusttavo Lima detém 25% de participação em empresa de apostas, envolvida em esquema de lavagem de dinheiro.
Gusttavo Lima, um dos maiores nomes da música sertaneja no Brasil, é sócio da empresa Vai de Bet, atualmente investigada pela Polícia Civil de Pernambuco por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos ilegais. Conforme a decisão judicial emitida nesta segunda-feira, 23, que resultou na prisão preventiva do cantor, Lima adquiriu 25% de participação na empresa de apostas esportivas em 1.º de julho. A empresa é suspeita de ocultar recursos provenientes de atividades ilegais relacionadas a jogos de azar.
A defesa de Gusttavo Lima classificou a decretação da prisão como "injusta e sem fundamentos legais" e afirmou que está adotando as medidas cabíveis para reverter a decisão. O Último Minuto não conseguiu contato com as defesas de José André da Rocha Neto, da Vai de Bet e da HSF Entretenimento Promoção de Eventos, também mencionadas no processo.
A empresa Vai de Bet, de José André da Rocha Neto, sócio de Gusttavo Lima, está no centro das investigações da Operação Integration. No dia da operação, Rocha Neto estava na Grécia com o cantor e, desde então, é considerado foragido, com Gusttavo Lima sendo acusado de ajudar na fuga. A defesa de Rocha Neto afirma que ele opera dentro da legalidade.
De acordo com a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, a participação de Lima na empresa de Rocha Neto, um dos principais investigados, levanta sérias dúvidas sobre as transações financeiras do cantor, o que questiona a legitimidade dos vínculos comerciais entre eles.
A decisão judicial também revelou que Gusttavo Lima teria vendido seu avião, um Cessna Aircraft, para a empresa J.M.J. Participações Ltda, de Rocha Neto, recebendo R$ 22,2 milhões em seis depósitos entre fevereiro e julho deste ano. O avião foi apreendido pela Justiça no aeroporto de Jundiaí, SP, e a empresa de Lima foi acusada de "ocultar ou dissimular a disposição e propriedade da aeronave".
Na decisão desta segunda-feira, a juíza destaca, com base nas investigações da polícia, que a empresa Balada Eventos e Produções Ltda, de Gusttavo Lima, teria participado da ocultação de recursos obtidos de jogos ilegais realizados pela HSF Entretenimento Promoção de Eventos. A Balada Eventos teria recebido repasses no valor de R$ 9,8 milhões da HSF como parte desse esquema.
A investigação aponta ainda que a empresa GSA, também pertencente a Gusttavo Lima, teria ocultado valores provenientes dos jogos ilegais, guardando em cofre da empresa R$ 112 mil e 4,7 mil euros, além de mil dólares.
Segundo consta na decisão, a autoridade policial sustenta haver “indícios suficientes de participação dele no crime de lavagem de dinheiro”.
A Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco, não mira diretamente os sites de apostas esportivas (bets), mas o uso dessas plataformas para lavar dinheiro de atividades ilegais, como o jogo do bicho. Um dos relatório da investigação diz que o site Esportes da Sorte era usado para ocultar receitas oriundas do jogo do bicho. A empresa nega irregularidades.
Posicionamento da defesa
A defesa de Gusttavo Lima comunicou, por meio de nota, que está tomando as providências necessárias para reverter o mandado de prisão emitido contra o cantor. "Enfatizamos que a decisão é totalmente inconsistente com os fatos já esclarecidos pela defesa e que todos os esforços serão feitos para contestar judicialmente essa decisão, que consideramos injusta e sem base legal."
Segundo a nota, a inocência do artista será devidamente demostrada, “pois acreditamos na Justiça brasileira”. “O canto Gusttavo Lima jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia pernambucana.”
A defesa esclarece que os autos tramitam em segredo de justiça e que qualquer violação a esse instituto será objeto de reparação e responsabilização aos infratores.
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